Mesmo com pouquíssimas opções de navios de guerra usados no mercado internacional, a Marinha do Brasil (MB) dificilmente vai adquirir fragatas usadas da classe “Oliver Hazard Perry” (OHP) estocadas nos EUA.
Embora os navios sejam capazes de operar com dois helicópteros Sea Hawk e possam ser reativados com sistemas ainda inexistentes em nossa Marinha, como o sonar passivo towed array e o lançador Mk.13 capaz de disparar mísseis antiaéreos de defesa de área SM-2, entre outros, seu custo operacional elevado ainda é o principal obstáculo.
Isto porque o orçamento MB está dimensionado para operar navios propulsados por motores a diesel, muito mais econômicos do que os navios movidos apenas por turbinas a gás, como é o caso das OHP.
Por essa mesma razão é que a MB só envia para missões no Líbano as fragatas classe “Niterói” ou a corveta Barroso e nunca enviou uma Type 22, movida somente a turbinas e por isso de operação muito mais dispendiosa.
Para se ter uma ideia do custo operacional das OHP, a taxa de consumo da turbina aeroderivada GE LM2500 é de 0,373 galão de combustível por 1 cavalo-vapor. Cada galão equivale a 4,54609 litros.
Quando se usa 100% da potência, a LM2500 consome 12.530 galões por hora. A 30% de potência, o consumo é de 3.760 galões por hora.
A Perry usa duas LM2500 e se estiver operando a 100% e 30%, vai consumir 25.060 galões (113.925 litros) e 7.520 galões (34.186,6 litros) por hora, respectivamente.
Mesmo que uma OHP possa fazer 25 nós usando apenas uma turbina, o consumo ainda é elevado para os padrões brasileiros.
Essa também é a razão por que raramente os navios de guerra da MB navegam usando turbina.
Fonte: https://www.naval.com.br/blog/2018/10/04/por-que-a-marinha-do-brasil-nao-vai-comprar-fragatas-ohp/